Os delírios de consumo de Becky Bloom: filme que me inspirou no nome do blog

em quarta-feira, 28 de outubro de 2020


Um filme lançado em 2009, que conta com a direção de P. J. Hogan e tem pouco mais de duas horas de duração, tem em seu elenco Isla Fisher e Hugh Dancy. Ele é baseado em uma série de livros Shopaholic (Delírios de Consumo) da escritora britânica Sophie Kinsella, ainda não tive a oportunidade de lê-los mas ainda almejo ler toda a série.

O longa é uma comédia romântica americana e na cidade de Nova York Rebecca Bloomwood, uma jornalista que trabalha em uma coluna de jardinagem sonha em ter um emprego de jornalista na revista de moda Alettte. A oportunidade surge porém sem seu conhecimento a vaga é preenchida internamente. Ao mesmo tempo há uma vaga para ser jornalista na revista Economia de Sucessos, que serviria como um degrau rumo a tão almejada Alette, afinal as revistas fazem parte do mesmo grupo editorial. Após ter feito uma vergonhosa entrevista e a princípio ser cortada para a vaga, no mesmo dia ao retornar para o emprego Becky o perde, pois a revista faliu e fecharia despedindo todos que lá trabalharam, sendo assim a sua fonte de renda estaria prejudicada e “ela precisa de renda!”

Em um momento de tequila e organização de dívidas, Becky  escreve duas cartas: uma direcionada a Luke o editor-chefe da revista Economias de Sucesso e a outra para a revista Alette. Mas ao entregar houve uma confusão e ambas são trocadas aos destinatários e ao ler a carta, Luke acaba a contratando por gostar da desenvoltura de seu texto e assim Becky de uma forma irônica e divertida acaba sendo contratada para trabalhar em uma revista de economia em sua própria coluna, que vira rapidamente um sucesso – a Garota da Echarpe Verde – então foi aí que tive o insight de criar o blog.

A ironia do emprego em uma revista de finanças se dá pelo fato da protagonista ser uma consumidora compulsiva e não consegue se controlar ao passar pelas vitrines. Sua dívida já passa da casa dos US$ 15 mil. Como um provador de loja, assim é seu quarto, repleto de peças, sapatos e afins espalhados, e ela não se cansa de comprar mais.

Escrevendo sobre finanças pessoais com sua visão particular em relação ao dinheiro, os assuntos complexos de economia, ela acaba dando cores ao mundo acinzentado das finanças e de forma simples acaba fazendo sucesso junto aos leitores da revista , sendo capaz de falar de maneira aprazível à mulheres inábeis ao lidar com dinheiro.

Baseado nas suas trágicas experiências, seus textos fazem sucesso e ao decorrer do filme nota-se que há um vício da “Garota da Echarpe Verde” nas compras. Completamente descontrolada com seus cartões de crédito, o filme retrata o universo dessas pessoas que têm e compulsão em comprar de forma exorbitante. (…) Nós nos sentimos tão confiantes, vivos, felizes, e confortáveis.” “Quando faço compras, o mundo fica melhor. O mundo é melhor. E depois já não é mais. E eu preciso comprar de novo.” (Becky Bloom)

Com essa expressão e outras que vão surgindo, mais o comportamento da protagonista, nota-se que há um prazer momentâneo, mas há um sofrimento nas entrelinhas. É importante destacar o início do filme em que ela Rebecca compartilha suas experiências na infância, que ela usava os “preços com desconto e que duravam para sempre” enquanto “os preços reais compram coisas brilhantes e duram três semanas”, de alguma forma em seu relato foi a mola propulsora, para o mundo encantado das vitrines. Não vou falar sobre, mas é algo que merece ser apontado.

Outro ponto que merece destaque, são os looks de Becky, as roupas, as bolsas (principalmente a Gucci), sapatos… são roupas de todos os tipos. O figurino é divertido, lindo, colorido e eletrizante, amei cada peça e usaria todas. A figurinista é a incrível americana Patricia Field – criadora do estilo de sex and the city e o diabo veste Prada – que buscou inspiração no Japão para o visual contemporâneo e alegre da protagonista.

Resumindo…

É um filme que sob meu ponto de vista, cativa e envolve o espectador em seu decorrer do início ao fim. Mas trata de um conceito atual que é uma sociedade consumista. A forma como ela é construída pela Isla Fisher faz toda a diferença, e ocorre uma identificação, mesmo que você não tenha mais de um cartão de crédito na carteira ou não é viciada em compras. Ao mesmo tempo, o longa acaba propagando um consumo consciente e o desapego material “você precisa disso?” ou “ignore o canto da sereia que vem das vitrines.”, são algumas frases que se repetem ao longo da trama. Os lados negativos do consumo desenfreado também estão presente e dialogam diretamente com a crise financeira que de tempo em tempo enfrenta-se. Sempre que dá ou ele passa na tv, assisto e me divirto, super recomendo e é uma ótima escolha para os dias off.

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