De tempos em tempos é necessário se desapegar. Ao longo dos anos acumulamos, desapegamos, acumulamos… e isso se estende na jornada da nossa vida.
Uma coisa que sei é: não tente tirar tudo de uma vez, pois a sensação não será boa e podemos até sentir um vazio e não saber o motivo. Mas quando fazemos isso de forma gradual, é como se fossemos nos despedindo daquilo e aí fica mais fácil e desfazer das coisas, objetos, roupas… nos sentimos mais leve e sem esse peso na consciência.
Quando me refiro a desfazer das coisas, podemos vender, doar ou jogar no lixo. Por mais que sejamos seres adaptáveis a qualquer lugar e ambiente, o processo de eliminar os itens vai exigir paciência e disposição emocional, até que estejamos prontas para enfrentar as lembranças.
No meu quartelier guardo muitas coisas, tem meus mimos, minha mini biblioteca, coleções… e durante a semana agitada, não consigo ser totalmente organizada como quero e juntando com o acumulo de coisas fico incomodada com isso. Então a minha meta é conseguir desapegar um pouquinho a cada semana.
Acho que o desfazer das coisas tem muito a ver com alguns fatores, entre eles o fato de que somos pessoas nostálgicas e que colocamos muitas memórias, sentimentos e lembranças nos objetos, DAÍ A DIFICULDADE.
Então eu tiro uma foto do que está difícil de desapegar e depois me livro dela, assim nem sinto falta ou a necessidade de ficar olhando para a foto, acho que ter ele em forma de foto faz com que eu fique sem arrependimentos.
Mas também já aconteceu de guardar algo por anos e depois que me livrei dos objetos, ter surgido a ideia que precisava, mas aí, já era tarde! Fiquei lamentando por um tempo, mas dei meu jeitinho e acabei improvisando com outra coisa mesmo
Em uma época de consumismo desenfreado, acabamos acumulando coisas que não precisamos. E o pior, muitas vezes são objetos quase novos, em ótimas condições, que poderiam ser úteis para outras pessoas. Então em tempos de não-desperdício, faça esses objetos circularem, além de ser uma forma mais sustentável, você pode ajudar alguém além de estar fazendo bem à sua vida.
Devemos nos questionar sobre a utilidade daquele item e por que estamos guardando-o e em vez de focarmos no que está saindo, devemos nos concentrar no que vai ficar.
Faça uma autoanálise perguntando-se qual o motivo que está guardando o item, quantos outros parecidos existem na sua casa e há quanto tempo ele não é usado. Quanto mais nos perguntamos sobre o real objetivo daquilo, mais fácil é desapegar.
Também podemos montar uma caixa de lembranças ao invés de ocupar o quarto inteiro com objetos antigos, cartas, brinquedos da infância… basta selecionar aqueles de maior estima e guardar em uma caixa com o tamanho de 40 cm x 30 cm no máximo.
A sensação de leveza e bem-estar que o desapego gera faz muito bem e podemos continuar obtendo coisas novas, mas com a certeza de um consumo mais inteligente. E encerro com o questionamento do meu filme preferido e que deve ser o seu novo mantra “eu preciso disso?” (Os Delírios de Consumo de Becky Bloom).
BEDA agosto/2020 #12
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