Se quer assistir uma comédia inteligente, com um tema original, aposte nesta indicação.
As histórias são paralelas e as conhecemos simultaneamente: enquanto acompanhamos o cotidiano da Powell, o filme salta para o fim da década de 40 e também passamos a seguir a trajetória de Child. Vemos nos dois eixos os avanços, as conquistas, os desapontamentos e dificuldades das personagens.
Resumindo o filme sob minha perspectiva…
Julia
Devido ao emprego do marido, que por sinal é muito atencioso e amoroso, Julia mudou-se recentemente para Paris. Ela é divertida, encantadora e sempre bem disposta. Decidida que não iria ficar em casa sem nada para fazer, aventura-se fazendo variados cursos, até que quis fazer o curso de culinária, que naquela época era um território estritamente masculino. Em toda esta trajetória o marido dela sempre a apoiou e encorajava-a.
No decorrer do filme vemos a evolução dela e suas desventuras, e isso não deixou Julia se abater. Sua determinação e competitividade fez com que ela se destacasse e se tornasse a melhor da turma. Porém, um grande problema para Julia era que as receitas estavam em francês e isso a motivou a fazer um grande feito.
Julie
Ela é uma boa pessoa, se empenha em seu trabalho estressante de telemarketing, é uma esposa amável, divertida, ama cozinhar, gosta de escrever… porém em um almoço com suas amigas (bem-sucedidas), uma delas propõe fazer um artigo sobre ela que acaba aceitando.
Ao ler a matéria na revista falando que apesar dela parecer a mais promissora da classe na escola, hoje era a mais falida e sem esperança. Isso a fez repensar ainda mais sobre sua vida de um emprego monótono e uma vida sem objetivos promissores.
Frustrada, ela tem a ideia de escrever algo, seu marido sugere um blog de culinária, então motivada por sua frustação, Julie cria seu blog, mas sem saber o que escreveria até pensar em escrever sobre sua inspiração por cozinhar: Julia Child.
Como ela sabe que se autossabota e acaba deixando seus projetos pela metade, ela estipula um prazo e decide: cozinhará mais de 500 receitas do livro Child, Mastering the Art of French Cooking, da sua estimada Julia Child, em um ano, 365 dias! Afinal no tempo de Julie, Julia era um ícone da culinária que ensina a todos que não possuem qualquer habilidade, a preparar pratos deliciosos e bem elaborados.
Ela tem o apoio do marido, mas em contrapartida sua mãe sempre a desanima e até diz por que ela está fazendo isso se ninguém vai ler, tem uma cena que ela fica feliz por ter um comentário, mas quando ela vai ver é de sua mãe a incentivando a desistir.
Em meio a incertezas Julie continua escrevendo em seu blog “desconhecido”, mas como a vida é uma caixinha de surpresas, oportunidades vão surgindo fazendo com que ela tome decisões que afetarão o seu futuro.
Durante o filme são muitos os empecilhos, acertos, dificuldades, aprendizados, desafios, alegrias, medos, incertezas, dúvidas… e um crescimento existencial das personagens.
Porque gostei do filme…
*contém spoliers
Uma história de pessoas normais, que nos ajuda a não desistir com os fracassos e que com as desventuras podemos nos reencontrar e descobrir que podemos conseguir, basta se empenhar, fazer e ter a esperança dentro do coração. Gosto de ver o desenvolvimento das personagens e como devemos persistir para alcançar e realizar nossos objetivos. É bom ver a felicidade nelas quando elas se descobrem no que fazem.
Por mais que goste das duas personagens, me identifiquei com a Julie. Amei ver o progresso da personagem, pois sua vida estava estagnada e sem um futuro promissor e a partir de uma matéria o seu senso de autocritica, tudo se modificou até a postura dela. Pude tirar proveito da experiência dela para a minha vida, uma delas foi o fato cultivar todo o meu potencial criativo e minha produtividade.
A Julie não termina seus projetos, em um diálogo ela menciona isso. Porém, podemos ver que ela conseguiu terminar e muito mais coisas aconteceram. Então com determinação e planejamento, é possível fazer com que nossos planos sejam realizados, dá trabalho, mas com disciplina é possível sim! A sensação de fazer algo que nos dê prazer ou de dever cumprido é impagável, e acredito que é uma grande lição que o filme deixa.
Espero que tenham gostado da recomendação e até a logo!
BEDA agosto/2020 #5
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